Intervenções Não Farmacológicas Utilizadas por Enfermeiros na Gestão da Dor Pós-operatória: Estudo Qualitativo.
DOI:
https://doi.org/10.63176/k151sw49Palavras-chave:
Cuidados de Enfermagem;, Dor Pós-Operatória;, Terapias Complementares; , Grupos Focais, Pesquisa QualitativaResumo
Enquadramento: A dor causa desconforto físico, impactando significativamente o bem-estar emocional e psicossocial dos humanos, afetando a qualidade de vida. No pós-operatório, a promoção do conforto, com a gestão adequada da dor causada pelas lesões teciduais e/ou orgânica, constitui um foco de atenção dos enfermeiros.
Objetivo(s): Este estudo pretende dar a conhecer as intervenções autónomas de enfermagem na monitorização, controlo e gestão da dor, no pós-operatório, como objetivos: caracterizar as atitudes dos enfermeiros, perante as intervenções não farmacológicas na gestão/controlo da dor; e descrever as vantagens e desvantagens percecionadas pelos enfermeiros na utilização das intervenções não farmacológicas na gestão/controlo da dor no pós-operatório.
Métodos: Realizou-se um estudo descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa, recorrendo a uma amostra intencional de sete participantes. Para recolha de dados optou-se por duas sessões de Focus Group, analisadas utilizando a técnica de análise de conteúdo de Laurence Bardin.
Resultados: A avaliação da dor, pode ser aprimorada na avaliação inicial. Das intervenções não farmacológicas, os participantes referem as mais utilizadas: posicionamento, massagem e crioterapia. A reduzida implementação destas intervenções é atribuída a constrangimentos, de campo de ação cognitivo, físico e recursos humanos. Como vantagens na implementação: comunicação em enfermagem, reduzir gastos, facilidade de aplicabilidade e participação da pessoa com dor. Como produto construiu-se um instrumento (Algoritmo/Checklist), com as intervenções não farmacológicas utilizadas na gestão da dor pós-operatória.
Conclusões: Este instrumento pode promover e estimular a uniformização de práticas clínicas, dando relevância às intervenções autónomas de enfermagem, na gestão da dor aguda pós-operatória. Conclui-se que estas intervenções são sempre utilizadas em complemento com as farmacológicas, contudo as vantagens não devem ser descuradas.
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